PONTE FERROVIÁRIA HANSA-HAMMONIA


          A construção da ponte metálica sobre o Rio Itajaí do Norte, em Hansa-Hammonia, demandou boa parte do ano de 1909. Como não havia ligação ferroviária até o local da construção, os materiais básicos para a obra foram transportados em carroções puxados por mulas, como por exemplo, madeira para andaimes, pedras, entre outros materiais.

             A obra iniciou com uma pequena ponte de madeira, provisória, para a locomoção dos trabalhadores que teriam que providenciar a construção das ensecadeiras, para dar início aos pilares da ponte, três no total, sendo um em cada cabeceira e um pilar central, que teria que suportar as cheias que eram – e são – comuns nos rios da região. Esse pilar deveria dividir a ponte em dois segmentos, um de 60 metros, um enorme vão livre, engenharia que até hoje deixa muitas pessoas incrédulas, e outro vão menor de 40 metros. O pilar central foi erguido sobre uma grande laje de pedra situada no próprio leito do rio, normalmente fora do nível normal da água, laje esta que foi adequada pelos construtores para dar fundamento ao pilar, vindo, portanto, a calhar para a obra.

            Antes da construção desses pilares, outros pilares menores, quatro ao todo, menos altos, tiveram que ser construídos. Estes pilares menores serviram para a edificação dos andaimes de madeira, sobre os quais seriam trazidas as vigas metálicas da ponte, que seriam rebitadas no local. Com a fixação e a ligação das vigas, dando forma e sustentação a ponte, seria retirado o andaime e os pilares provisórios perderiam sua utilidade momentânea, sendo utilizados apenas novamente por ocasião da manutenção da obra. Na atualidade, há quem acredite que estes pilares, ou o que sobrou deles, seriam pilares principais da ponte, derrubados e arrastados pelas constantes enchentes ao longo do tempo, o que, portanto, é um grande engano. Com certeza, o que levou muitas pessoas a crerem nisso é o enorme vão livre da ponte, que como já dissemos, deixa algumas pessoas incrédulas, pois acreditam que ali deveria haver pilares.

            Com a chegada dos trilhos, e das composições de serviço até o local da edificação da ponte, foi trazida sua estrutura metálica, que foi erguida em apenas seis semanas. Estra estrutura é produto do consórcio de duas empresas alemãs chamado de “Vereingte Maschinenfabrik Augsburg und Maschinenbau Gesellschaft Nurnberg AG - Sweiganstaldt”.

            Por ser uma estrutura maior, a ponte de Hansa-Hammonia é um pouco diferente das demais pontes do chamado “trecho alemão” da ferrovia, possuindo ligações metálicas na parte superior, entre uma lateral e outra, dando reforço e sustentação. 

            Assim que foi possível a transposição do Rio Itajaí pela ponte e mediante a colocação dos trilhos, ficou fácil terminar a colocação dos trilhos na parte restante e executar o término da obra. No terminal de Hansa, estava prevista a construção da Estação, de uma pequena oficina de manutenção, do pátio de manobras, que, além dos dois desvios, teria também um girador para locomotivas, e da casa do agente da estação, aliás, a única estação onde a ferrovia disponibilizaria uma casa ao agente ferroviário, justificado pelo completo isolamento do local,  já que o pequeno núcleo populacional da colônia Hansa-Hammonia ficava há 3 quilômetros mais adiante.

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